T6+1
(Invitation - created by CéliaMachado)
(Invitation - created by CéliaMachado)
Um projecto de Célia Machado, Filipa Guimarães, Ilídio Candja, Isabel Monteiro, Maurizio Lanzillotta, Mónica Oliveira e Nuno Machado, na exposição de abertura da Galeria Mariana Jones.
Sete jovens artistas inauguram galeria da Miguel Bombarda - "Convidados para a exposição de abertura,idealizaram um projecto colectivo. Fizeram uma casa, representada por uma planta que surge no chão. Nas paredes expuseram as suas obras..." J. Fillol / Revista Visão
Obras de Célia Machado e Mónica Oliveira "My cage - Hasta que punto te duele la belleza II" - Técnica Mista 150x100 Copyright © Célia Machado |
“My Cage”, (a) minha “gaiola” (dic. – s.f. caixa gradeada que serve de prisão a animais, …, casa muito pequena e de construção ligeira, …, cárcere, prisão (Do lat. Caveola – “gaiola pequena”)), surge na sequência de uma série de trabalhos anteriores que propunham uma reflexão sobre os juizos que fazemos e, sobre o olhar de cada um de nós e da sociedade sobre os outros. Um olhar feito de medidas, aprisionado numa rede de ideias preconcebidas, que tantas vezes valoriza a idade, a beleza, ou a fama, em detrimento de outros valores e que directa, ou indirectamente, nos constrói (ou destrói) enquanto indivíduos.Neste trabalho, podemos decifrar essa continuidade na forma de combinar a história pessoal com distintas histórias, conjugando traços individuais e universais.
A minha “gaiola” representa aqui o nosso invólucro, o corpo, a pele, o nosso exterior, a parte que é percepcionada pelos outros e que acaba encarcerada numa construção arquétipica.
Trata-se de um auto-retrato ficcionado, que explora por um lado, essa discussão centrada na identidade feminina, como processo de identificação, de definição de papeis sexuais e sociais predeterminados, mas que não fica por aqui uma vez que, qualquer pessoa (mulher/homem, criança/adulto) é acompanhada pela sua própria auto-imagem e pelos juízos ou apreciações que fazem de si.
Utilizando o pixel como unidade de medida e de construção de uma imagem, recorrendo à utilização de um tecido suave ao toque e desconfortavelmente amarrado com cintas que podem ser desapertadas a qualquer momento, esta obra, propõe uma análise, pelo prisma do artíficio, afirmando tanto a unicidade da pessoa na multiplicidade dos sujeitos, quanto a multiplicidade das pessoas na unicidade do sujeito, levando à desconstrução do indivíduo e das suas várias "gaiolas", à desconstrução das máscaras sociais que nos são impostas, ou que nos impomos a nós mesmos e com as quais nos "vestimos", nos "construímos", nos "enclausuramos". Não esquecendo que, essa construção de nós mesmos pode ter tanto de clausura, cheia de amarras, como de conforto, de casa/abrigo procurada e idealizada.