31/05/09

Portfolium - Série de trabalhos sobre a Solidão...


"Singularidade Segregada" - Técnica Mista 129x74



"Contraste" - Técnica Mista 89x115



Seleccionada no III Concurso Nacional dos Jovens nas Artes Plásticas Francisco Wandschneider - ANJE
"Solidão II" - Técnica Mista 150x150



Seleccionada no Prémio Nac. de Pintura Júlio Resende - 2001
"O Anacoreta" - Técnica Mista 153x103



Premiada com Menção Honrosa no Prémio Nacional de Pintura Júlio Resende

"A solidão como secreta soberania" - Técnica Mista 168x110



Seleccionada na II Bienal de Pintura de Arte Jovem de Penafiel - 2002

"Perturbados" - Técnica Mista 100x150



"Home sweet home" - Técnica mista 100x80



"Histórias" - Técnica Mista 100x80

Livro do solitário



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AS OBRAS DESTA FASE, SÃO ACOMPANHADAS PELA CONSTRUÇÃO DE UM LIVRO, DESTINADO AO REGISTO DE REFLEXÕES PRIVADAS E À RECOLHA DE EXCERTOS DE LIVROS NOS QUAIS ME REVIA, AMPLIANDO UMA SENSAÇÃO DE “MEMÓRIAS UNIVERSAIS PARTILHADAS”, AO QUAL CHAMEI “O LIVRO DO SOLITÁRIO”. TRATA-SE DE UMA COMPILAÇÃO DE TEXTOS, EXCERTOS, IMAGENS, REFLEXÕES, MEMÓRIAS, SENSAÇÕES, DE TUDO O QUE POSSA ESTAR RELACIONADO COM O TEMA DA SOLIDÃO.
NESTE LIVRO, PODEMOS ENCONTRAR PARTES QUE NUNCA VOLTAREI A LER, QUE DECIDO CONVERTER NUMA ESPÉCIE DE DOCUMENTO CERRADO (VER PRÓXIMO DIAPOSITIVO), QUE TAMBÉM NÃO PODERÃO SER LIDOS PELOS DEMAIS, E OUTRAS PARTES OU EXCERTOS, QUE POR VEZES SÃO UTILIZADOS PARA FIGURAREM NAS OBRAS.














30/05/09

Caixas/páginas




“HISTÓRIAS ACERCA DA SOLIDÃO”

CONSISTE NUMA SÉRIE DE PEQUENAS CAIXAS, ONDE CADA CAIXA REPRESENTA UMA “PÁGINA” DE UM LIVRO IMAGINÁRIO. TRATA-SE DE UM “WORK IN PROGRESS”, SEM PRINCÍPIO ESPECÍFICO, NEM UM FIM ATRIBUÍDO. E, COMO SE TRATA DE “HISTÓRIAS” E NÃO DE UMA
“HISTÓRIA”, PODE SER TRABALHADO INDEFINIDAMENTE.



APESAR DE CONCEBER A OBRA COMO CONJUNTO DE CAIXAS/TELAS OU PÁGINAS, QUE SE RELACIONA ENTRE SI, NA REALIDADE CADA ELEMENTO PODE ESTAR SÓ, SENDO TAMBÉM POSSÍVEL AGRUPÁ-LOS DE DIVERSAS MANEIRAS. EM VEZ DE TRAÇAR UM CLARO MAPA DA HISTÓRIA, A OBRA EVOCA UMA SENSAÇÃO LABIRÍNTICA DE MOVIMENTO SEM ORIGEM NEM DESTINAÇÃO. AS PÁGINAS SUCEDEM-SE, COMO OBRAS QUE MANTÊM UM DIÁLOGO PARA FORA E ENTRE SI. FUNCIONAM COMO ABERTURAS, OU JANELAS, COMO UMA ESPÉCIE DE “CÂMARAS DAS MARAVILHAS”, ONDE ENCONTRAMOS ESPAÇOS TEATRAIS QUE PROJECTAM MENSAGENS ENIGMÁTICAS DE VIDAS E CONOTAÇÕES PRETÉRITAS.



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POR VEZES, A OBRA ACABADA É ALHEIA AO QUE O ARTISTA SENTIA OU DESEJAVA EXPRESSAR QUANDO COMEÇOU. NO ENTANTO, NÃO PODEMOS COM ISSO CAIR NO ERRO DE PENSAR QUE O AUTOR NÃO DIZ O QUE QUER, HÁ QUE COMPREENDER QUE DURANTE O CAMINHO PODEM SURGIR ELEMENTOS NOVOS QUE ASSUMEM MAIOR PREPONDERÂNCIA QUE OUTROS.
NÃO ME PARECE QUE SE POSSA COMPARAR ISTO AO ESTADO DE ESTAR PERDIDO, ANTES SERIA UM ESTADO DE BUSCA INCESSANTE, SABENDO QUE NUNCA SE ENCONTRA O FIM ESPERADO, MAS UM FIM CONQUISTADO.

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OS PROCESSOS NÃO SÃO PREDIZIVEIS NEM CIENTÍFICOS, TUDO SE DESENVOLVE NUM EMARANHADO DE ASSOCIAÇÕES.
NESSE EMARANHADO DE ASSOCIAÇÕES PODEMOS DESTACAR UM DOS ELEMENTOS QUE SERVE DE BOTÃO IMPULSIONADOR, OU QUE MARCA O CAMINHO; TRATA-SE DA IMPORTÂNCIA QUE ALGUNS ACONTECIMENTOS BIOGRÁFICOS ADQUIREM NA HORA DE TER QUE “CONTAR” ALGO.

 


DIRIA QUE, EM CADA TRABALHO PODEMOS ENCONTRAR UMA FORMA DE COMBINAR A HISTÓRIA PESSOAL, REFERIDA QUASE SEMPRE DE UM MODO SIMBÓLICO (DE FORMA INDIRECTA, COMO SE ME REVISSE NO EXTERIOR), COM DISTINTAS HISTÓRIAS, DESDE UM PONTO DE VISTA SUBTIL E POLIMÓRFICO.

“O REAL DEVE SER FICCIONADO PARA SER PENSADO...” HAL FOSTER


PODEMOS DIZER QUE SE TRATA DE UMA OBRA QUE SE ALIMENTA DE CONTEÚDOS PESSOAIS E APROPRIAÇÕES JORNALÍSTICAS, E QUE SE CARACTERIZA PELO JOGO FEITO COM AS ESTRUTURAS NARRATIVAS.

 



AS IMAGENS CAPTADAS POR OUTROS, EM SÍTIOS QUE NUNCA TERIA OPORTUNIDADE DE ESTAR, OFERECEM A POSSIBILIDADE DE ESTAR EM TODA A PARTE AO MESMO TEMPO. A MELHOR FORMA DE REINTERPRETAR É REAJUSTANDO, COMPILANDO, ARTICULANDO-AS ENTRE SI.



À PARTIDA, NÃO EXISTE UMA ESPECIAL PRETENSÃO DE SITUAR O TRABALHO NUMA ÉPOCA DETERMINADA. PASSADO, PRESENTE, FUTURO; QUALQUER UM PODE SER IGUALMENTE IMPORTANTE.

ATMOSFERA POLÍTICA, OLHAR FEMININO, CONDIÇÃO SEXUAL, DIFERENÇAS ÉTNICAS OU SOCIAIS, GUERRA, TERRORISMO, FORMAS DE OPRESSÃO, POBREZA, FOME, ACONTECIMENTOS OU OBJECTOS BANAIS,...:TUDO SERVE PARA ENTRELAÇAR E CONTAR HISTÓRIAS.



AS PERSONAGENS REPRESENTADAS, OU APRESENTADAS, NÃO ESTÃO BIOLOGICAMENTE RELACIONADAS, MAS REFLECTEM UM ARQUÉTIPO DE SUBCONSCIENTE COLECTIVO E PARTILHADO, NUM ESTADO DE SUSPENSÃO NO QUAL PASSADO E FUTURO, ANTES E DEPOIS, AQUI E ALI, PERTO E LONGE, PARECEM PERDER TODA A SUA POLARIDADE.



 



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CADA UMA DESSAS FIGURAS REPRESENTA CADA UM DE NÓS, OFERECENDO-NOS A POSSIBILIDADE DE NOS SITUARMOS UNS FRENTE AOS OUTROS E OLHAR-NOS.

 


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ESTAS FIGURAS EXPIATÓRIAS INVOCADAS, COMO POR EXEMPLO; VÍTIMAS DE ASSASSINATO, CRIANÇAS AGREDIDAS, VÍTIMAS DE INÚMERAS GUERRAS, OU JOVENS INDÍGENAS SUICIDAS, NÃO REPRESENTAM UM INTERESSE ESPECIAL PELO GROTESCO OU ABJECTO. 

NÃO EVOCAM A MORTE, MAS O ESTADO DE MORRER, OU PELO CONTRÁRIO, UM ESTADO DE SECRETA SOBERANIA, DE SINGULARIDADE INTOCÁVEL, DE QUE NOS FALA J. GENET



NÃO SE TRATA APENAS DO ARTISTA COMO “SUJEITO COMOCIONADO, QUE ASSUME A NATUREZA DO QUE O COMOCIONA COMO UMA DEFESA MIMÉTICA CONTRA ESTA COMOÇÃO”, NESSA PERSPECTIVA FREUDIANA DE QUE REPETINDO UM ACONTECIMENTO TRAUMÁTICO SE ESTARIA A INTEGRÁ-LO NUMA ECONOMIA PSÍQUICA, DE FORMA A EXORCIZÁ-LO,COMO DIRIA H. FOSTER.
É ANTES “UM SALTITAR ENTRE A PAZ RESTAURADA E A PROCURA DA DOR”, COMO SE SOUBESSE DA EXISTÊNCIA “DAQUELE ESPELHO ONDE TÃO DESESPERADAMENTE PRECISARIA DE SE OLHAR, ONDE TÃO MORTALMENTE RECEIA OLHAR-SE” (H. HESSE)






TRÍPTICO - “OLHARES DESFOCADOS”
CADA PEÇA TEM 25,5X25,5 E EMBORA ESTEJAM NUMERADAS PARA COLOCAÇÃO NA HORIZONTAL, TAMBÉM ESTE CONJUNTO PRESSUPÕE A POSSIBILIDADE DE ARTICULAÇÃO ENTRE AS DIFERENTES PEÇAS, COLOCANDO-AS EM NOVAS POSIÇÕES, QUER NA HORIZONTAL, QUER NA VERTICAL...






TRÍPTICO - “SIZE"
CADA PEÇA TEM 25,5X25,5 E EMBORA ESTEJAM NUMERADAS PARA COLOCAÇÃO NA HORIZONTAL, TAMBÉM ESTE CONJUNTO PRESSUPÕE A POSSIBILIDADE DE ARTICULAÇÃO ENTRE AS DIFERENTES PEÇAS, COLOCANDO-AS EM NOVAS POSIÇÕES, QUER NA HORIZONTAL, QUER NA VERTICAL...







Primeiras experiências para uma série de caixas intituladas “Receptáculo das secretas maravilhas”



29/05/09

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Num trabalho de parceria com outros dois colegas: Célia Machado, António José Reis V. Silva e Isabel...criamos peças contemporâneas inspiradas na Arte Egípcia. Além das peças criadas, em estanho, foram realizadas uma série de fotografias (sistema analógico) que percorreram diversos espaços de exposição: - Faculdade de Belas Artes do Porto; Esc. Soares dos Reis/Porto; Bar/Galeria Pinguim; Junta de Freguesia de Rio Tinto....

Para o concurso de fotógrafos amadores, da revista PHOTO, enviamos um dos nossos trabalhos, que foi seleccionado....


Digitalização da foto seleccionada e publicada pela revista PHOTO
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"Pintura de bolso" - Malas arqueológicas


"Covil 5" - Técnica Mista 150x150


“Privar-me por muito tempo do meu covil afigura-se-me, então, um castigo duro em excesso, mas obrigo-me a concordar que essas excursões momentâneas são necessárias. Quando me aproximo do orifício há sempre uma certa solenidade na minha atitude. (...) Sempre que saio, eu próprio me vejo obrigado a vencer, com o esforço do corpo, as dificuldades deste labirinto; irrito-me e enterneço-me ao mesmo tempo quando, por vezes, me perco momentaneamente nas minhas próprias delineações.  Afigura-se-me, então, que a obra teima em provar-me a justificação da sua existência, embora eu já tenha sobre o caso uma opinião bem assente. Finalmente lá chego ao tapete de musgo; acontece-me ficar por tanto tempo sem sair de casa que o musgo cresce de tal sorte que se confunde com o chão da floresta. Agora, com uma simples marrada, estou em terra estranha. Durante longo tempo hesito em fazer esse movimento, e, se não tivesse atrás de mim o labirinto do vestíbulo para me desenvencilhar andando de recuo, desistiria e voltaria para o meu buraco. Pois, quê? tens uma casa abrigada, toda confortável, vives em paz, no quente, bem alimentado, patrão, amo e senhor de todos aqueles infinitos corredores e praças, e sacrificas tudo isso para te entregares, por assim dizer, nas mãos do primeiro inimigo?" F. Kafka
“No meio do covil, quase no centro, fica a Grande Praça que será o meu bastião na altura do perigo mais de temer – não, precisamente, no caso de uma perseguição, mas no caso de um cerco. Enquanto todo o resto da minha obra representa um trabalho encarniçado da inteligência, um trabalho onde o esforço físico pequena parte tem, este local é a todos os títulos fruto do trabalho corporal mais duro que imaginar se pode. Certas vezes, no desespero de um corpo esgotado, vinham-me desejos de tudo abandonar, rojava-me de costas e amaldiçoava o covil; arrastava-me lá para fora e o covil vazio ficava aberto. Pouco me importava, pois não fazia tenção de lá voltar mais. Assim decorriam horas e horas, até à altura em que voltava, penitente, e, ao encontrá-lo intacto, quase me apetecia entoar um cântico de reconhecimento. Metia mãos à obra com uma alegria não dissimulada, quanto ao mais, a construção da praça-forte complicava-se inutilmente (inutilmente, porque esse trabalho dos diabos não tinha utilidade verdadeira para o covil) ; a complicação consistia em que , precisamente no local previsto pelo plano, a terra era friável e arenosa, e para construir a Grande Praça, com as suas belas abóbadas, era mister calcar a terra com coragem. Para um trabalho desse género, apenas disponho da minha testa. Dia e noite, milhares de vezes me precipitei de cabeça contra a terra. Sentia-me feliz quando batia até fazer sangue, o que queria dizer que a parede começava a ganhar solidez; e estou certo de que reconhecerão sem esforço que mereci a minha praça-forte. “ F. Kafka




150x150
Exposição Faculdade de Belas Artes
"Covil 3" - Técnica Mista 150x150
“... De cem em cem metros alarguei os corredores para instalar pequenas câmaras redondas. Aí posso enroscar-me à vontade, aquecer-me com o meu próprio calor e gozar de repouso. Aí durmo o suave sono da paz, o sono do desejo satisfeito e do escopo atingido; possuo uma habitação. Não sei se é um hábito dos antigos tempos ou se os perigos desta casa são, apesar de tudo, suficientemente fortes para me acordarem. Mas a intervalos regulares, de tempos a tempos, sinto um sobressalto de medo que me tira o sono; e escuto, escuto no silêncio invariável que reina aqui, noite e dia, sorrio de satisfação e, de membros abandonados, afundo-me num sono ainda mais profundo. “ F. Kafka




150x150
Trabalho seleccionado - Bienal de Cerveira
“Vivo em paz no mais fundo da minha habitação e entretanto o adversário, vindo não se sabe de onde, abre lenta e silenciosamente o seu caminho até mim. Não quero dizer com isto que ele tenha mais faro do que eu; talvez saiba tão pouco a meu respeito como eu a respeito dele. Mas há malfeitores apaixonados, que revolvem a terra de alto a baixo e a esquadrinham às cegas. E, tendo em vista a imensa extensão do meu covil, esses tipos podem mesmo esperar cair em qualquer parte num dos meus corredores. Por assim dizer, tenho a vantagem de estar em minha casa e de conhecer com precisão todos os corredores e todas as direcções. (...) E não são apenas os inimigos do exterior que me ameaçam. Tenho-os também no interior da terra. Nunca os vi, valha a verdade, mas as lendas falam deles e firmemente acredito na sua existência. São criaturas das profundezas da Terra. A própria lenda não sabe descrevê-los. Mas aquele que por ventura foi vítima deles mal os viu. Aparecem, sentem-se-lhe as garras por baixo de nós, escavando na terra, o seu elemento, e eis-nos perdidos. Estarmos então em nossa casa não representa qualquer vantagem contra eles; muito pelo contrário, nós é que estamos em casa deles.” F. Kafka





Exposição- percursos paralelos

Parceria da galeria por amor à arte, cooperativa árvore e casa da carruagem/
galeria Alvarez
"O Covil" - Técnica mista 150x150
“Arranjei o covil e parece que me saí bem.
Do exterior vê-se apenas um grande buraco, mas na realidade esse buraco não conduz a parte nenhuma. Alguns passos andados, esbarra-se com um enorme bloco de pedra que a Natureza ali colocou. Não quero vangloriar-me de haver premeditado este ardil; trata-se, antes, dos restos de uma dessas numerosas tentativas que falharam; mas, para concluir, parece-me vantajoso não encher esse buraco. Sei muito bem que há ardis tão rebuscados que acabam por se virar contra si mesmos. Sei-o melhor do que ninguém e parece-me assaz temerário chamar a atenção para este buraco e sugerir que talvez exista aí qualquer coisa que merecesse a pena explorar um pouco mais. Mas engana-se a meu respeito aquele que me julgar um poltrão e que estiver convencido de que eu não construo o meu covil senão por cobardia. Porém, a uns passos do buraco, abre-se a verdadeira entrada, coberta por uma camada de musgo, que eu posso levantar (...)” Franz Kafka



Prémio Aquisição - ANJE (Associação Nacional Jovens Empresários)

"Horas de ruína" - Técnica mista 175x100






BCM - Concurso nacional de jovens artistas

"A cerca" - Técnica mista 150x150